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Pesquisador da UFSB participa de estudo internacional sobre casos atípicos de leishmaniose

A investigação de casos atípicos de leishmaniose cutânea (LC) na Bahia, e o teste de tratamentos mais eficazes, são temas abordados em artigo publicado por pesquisadores brasileiros e norte-americanos. O professor Luiz Henrique Guimarães, do Centro de Formação em Saúde da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), e o professor Albert Schriefer, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), lideraram pesquisa sobre o tema, e os resultados constam do artigo Atypical Manifestations of Cutaneous Leishmaniasis in a Region Endemic for Leishmania braziliensis: Clinical, Immunological and Parasitological Aspects na revista PLOS Neglected Tropical Diseases. O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais (INCT-DT).
A pesquisa envolveu o acompanhamento de dois grupos de 51 pacientes cada, entre 2005 e 2012, na região de Corte de Pedra, na Bahia. O objetivo era melhorar o atendimento às pessoas que contraem a doença, ainda mais no Brasil, um dos países com o maior número de casos notificados, cerca de 20 mil a 25 mil por ano. Desse total, a Bahia responde por 10% dos casos, a maioria na sua região Sul. É a área que mais notifica casos de leishmaniose no Brasil e em toda a América.
Um possível resultado futuro da pesquisa será o desenvolvimento de um kit de diagnóstico para esse fim. Mas os cientistas já sabem quais medicamentos provocam melhores efeitos contra os casos atípicos, caracterizados pelo maior número de lesões, especialmente acima da cintura, na cabeça e no pescoço e pela resistência ao antimônio, droga usada no combate à LC. O estudo concluiu que variações genéticas no Leishmania (Viannia) braziliensis o tornavam resistente ao medicamento, e identificou outros tratamentos já existentes e mais eficazes contra essa variante do protozoário, como a droga anfotericina B ou a combinação de antimônio e pentoxifilina. Essas informações sobre tratamentos e diagnósticos importam para a população também pelo fato do Sistema Único de Saúde (SUS) ser obrigado por lei a atender casos de leishmaniose. Alguns dos pontos a serem aprimorados na continuidade do estudo são as definições de doses-padrão, com dosagens mínima e máxima, e o diagnóstico para optar pelos medicamentos conforme a linhagem.

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