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Marão sinaliza que vai manter Central de Abastecimento aberta, mesmo contra orientação do Governo do Estado

Central de Abastecimento do Malhado.

Noticiamos mais cedo que o secretário de saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, disse ao prefeito Mário Alexandre (PSD) que as feiras em ambientes fechados, como a da Central de Abastecimento do Malhado, não podem funcionar. Confira aqui, caso não tenha visto ainda.

O aviso ocorreu nessa terça-feira (14), durante teleconferência. Em áudio publicado no site da Secretaria de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas resumiu os temas tratados com os prefeitos da região Sul da Bahia. Transcrevemos abaixo o trecho em que o secretário fala especificamente das feiras em espaços fechados. Leia:

Minha reunião com os prefeitos e secretários da região sul teve o objetivo de identificar razões pelas quais o surto [do novo coronavírus] está se alastrando pela região sul. Vimos que há problemas graves com as feiras livres e com as feiras em ambientes fechados. Nós orientamos para que as feiras em ambientes fechados fossem encerradas, proibidas, que fossem transferidas para espaços abertos, ruas, com distância de três metros entre cada barraca, obrigando os comerciantes e vendedores a utilizarem máscaras. 

Ouça o áudio completo do secretário estadual.

Na tarde de hoje (15), em publicação no site da prefeitura, o prefeito sinalizou que não vai fechar a Central de Abastecimento:

Todos sentimos os efeitos dessa pandemia. No entanto, precisamos unir nossos propósitos para lutar com toda a força contra esse vírus. Nos estabelecimentos essenciais, como é o caso das feiras e centrais de abastecimento, os trabalhadores devem colocar suas barracas com 3 metros de distância entre uma e outra, exercer suas atividades com máscara, usar luvas e fazer uso do álcool gel 70%. Quanto antes nos resguardarmos, mais cedo poderemos sair vitoriosos desse momento difícil.

Ao menos na nota da prefeitura, Mário não menciona a orientação de Vilas-Boas, que falou expressamente contra o funcionamento de feiras em espaços fechados.

Também nessa tarde, o Ilhéus Comércio tentou ouvir o secretário de saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, para verificar se houve algum ruído na comunicação entre Vilas-Boas e o prefeito. Magela também participou da teleconferência de ontem, mas as nossas chamadas para o seu telefone não foram atendidas.

Opinião do Ilhéus Comércio.

Sabemos que o prefeito Mário Alexandre está diante de uma decisão muito difícil. A responsabilidade política é enorme. Também entendemos que transferir todos os feirantes e comerciantes para um espaço aberto não é missão que se cumpre num dia.

Por outro lado, governar exige também a tomada de decisões difíceis. A suspensão do funcionamento das barracas em espaços fechados se impõe. É mais um esforço que a sociedade deve fazer na guerra contra o novo coronavírus.

Cabe à prefeitura buscar condições, inclusive junto ao Governo do Estado, para garantir que os feirantes transfiram suas barracas para espaços abertos, na área externa da Central, dentro dos parâmetros de funcionamento descritos pelo secretário Fábio Vilas-Boas.

Vale lembrar que a Central de Abastecimento não abriga apenas os feirantes. Tem diversas lojas de roupas e outros artigos que não se enquadram na definição de produtos essenciais, o motivo que justifica e legitima a suspensão do funcionamento das lojas do Centro de Ilhéus. Para que o governo seja respeitado, não pode usar dois pesos e duas medidas.

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