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O bloqueio em massa do Bolsa Família causa confusão e sistema fica inoperante.

Incertezas pairam sobre os efeitos do grande processo de bloqueio em massa no Bolsa Família. Cerca de 1,2 milhão de famílias foram excluídas do programa em março e abril, mas o número exato ainda não é conhecido. O foco foram os beneficiários que se declararam famílias unipessoais, ou seja, que disseram viver sozinhos. Antes disso, outro megabloqueio havia sido realizado para averiguar a frequência escolar em lares com crianças e adolescentes.

No entanto, os bloqueios em massa têm gerado problemas para os municípios e também para quem foi excluído sem ter irregularidades. Beneficiários revoltados fazem filas nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), onde as regularizações são feitas. Muitos relatam que os pagamentos foram bloqueados por falta de frequência escolar dos filhos, mas exibem documentos que comprovam que eles raramente faltam às aulas.

Além disso, o sistema operacional usado para gerir o Bolsa Família ficou fora do ar por boa parte dos dias, após o pente-fino que tirou um em cada vinte beneficiários do programa. Os postos de atendimento estão sobrecarregados com uma demanda superior à sua capacidade.

Revoltadas, as equipes responsáveis começaram a responder postagens do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) nas redes sociais criticando a situação. A pasta até chegou a apagar uma delas porque estava repleta de comentários negativos. Segundo os relatos, o governo tem informado que o desbloqueio do Bolsa Família é feito pelos municípios, mas envia mensagens às equipes explicando que o sistema está fora do ar. O MDS diz ainda que os bloqueados devem assinar um termo de responsabilidade para atestar que se enquadram nas regras, mas algumas cidades alegam que não receberam o documento.

“A visita familiar é mais eficiente [para evitar fraudes]. Mas é complicado, porque é muita gente e nós [equipes do Bolsa Família nos municípios] somos poucos e temos muitas demandas”, afirma Michelle Souza, coordenadora do CadÚnico em Piquet Carneiro (CE).

Durante 16 anos de programa, entre dezembro de 2005 a dezembro de 2021, os bloqueios do Bolsa Família eram registrados mensalmente. Agora, espera-se que o governo retome a transparência adotada anteriormente para informar os dados e prestar contas aos beneficiários.

O Bolsa Família é um dos principais programas sociais do país. Em março, foram pagos R$ 2,7 bilhões a 14,7 milhões de famílias em todo o Brasil. O benefício varia de acordo com o número de pessoas da família, a idade dos integrantes e a renda declarada no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal. O valor médio pago é de R$ 186,22. Além disso, o programa tem um papel fundamental no combate à pobreza e na promoção da igualdade de oportunidades.

É importante que os bloqueios no Bolsa Família sejam realizados de forma criteriosa e justa, a fim de que o programa continue sendo eficiente e atenda aqueles que realmente precisam. A frequência escolar dos filhos dos beneficiários é uma das principais exigências do programa, pois a educação é essencial para a formação de um futuro melhor e mais justo para todos.

No entanto, as medidas de bloqueio em massa têm gerado incertezas e desconforto para todos os envolvidos, inclusive os beneficiários que foram excluídos sem ter cometido irregularidades. É necessário que o governo adote medidas mais transparentes e eficientes para evitar que situações como essa se repitam no futuro e para garantir que o programa cumpra o seu papel de promover o desenvolvimento social do país.

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