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Barreira sanitária sem testes da covid-19 serve mais para “marketing”, afirma secretário

Secretário de saúde de Ilhéus, Geraldo Magela, questiona eficiência das barreiras sanitárias que não usam testes rápidos para detectar covid-19

Secretário de saúde Geraldo Magela. Foto: Portal G1.

Ilhéus tem uma morte por covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Hoje, 13 de abril, em conversa por telefone com o  Ilhéus Comércio, o secretário de saúde do município, Geraldo Magela, informou que a cidade não tem nenhum outro caso de óbito com suspeita de contaminação pelo vírus.

O município recebeu 760 testes rápidos para diagnóstico da covid-19 em casos suspeitos de profissionais da saúde e da segurança pública. Conforme o secretário, “a Sesab [Secretaria de Saúde da Bahia] vai soltar uma nota técnica hoje” com instruções para o uso desse material. Por isso, os testes devem começar a ser usados a partir de amanhã.

O governo federal enviou mais de três milhões de reais para o combate do coronavírus em Ilhéus. De acordo com o secretário, esses recursos vão ser investidos na compra de equipamentos de proteção individual e de ventiladores pulmonares.

Magela definiu como injusta a diferença entre os recursos federais enviados para Itabuna e Ilhéus. “Nós recebemos três vezes menos”. É “injusto, porque nós produzimos mais do que Itabuna. Nós investimos mais, estamos fazendo mais testes e estamos recebendo menos”.

O município também vai usar parte do dinheiro que chegou do governo federal para montar o ponto de triagem da covid-19 no Centro de Convenções, que começará a funcionar nesta semana, conforme previsão do governo Mário Alexandre.

Ilhéus registrou o primeiro caso da doença no dia 26 de março. Ontem, 17 dias depois, já eram 40. Magela considera a progressão muito preocupante. Contudo, pondera que isso se deve ao número maior de testes feitos em pacientes do município, em comparação com outras cidades.

Segundo o secretário, é muito importante que Ilhéus continue a fazer a testagem na maior escala possível, para isolar as pessoas infectadas e reduzir a proliferação do vírus. “A gente está no caminho certo de brigar para fazer exame, enquanto tem município brigando para não fazer”.

Comentamos com o secretário sobre as barreiras sanitárias em algumas cidades. Citamos o exemplo de Itacaré. Ilhéus pretende adotar esse tipo de medida? “Não, senão como é que os pacientes vêm para cá? E outra coisa: essas barreiras sanitárias só testando temperatura não resolvem nada. Se tivessem testes [para a covid-19], tudo bem. Mas, só testando [a temperatura], isso é mais para marketing. E Itacaré foi de onde a gente pegou dois casos: um confirmado e outro em análise. Itacaré foi onde iniciou a crise da região e não tem nada. Aí é muito marketing. É muito bom, tem que aplaudir. Mas a eficiência é zero”, respondeu Geraldo Magela.

Segundo o secretário, Ilhéus tem mais de cem servidores envolvidos no enfrentamento do coronavírus. “Hoje, na região, é o município que tem mais trabalhadores direcionados [para o combate] à covid-19. É o que mais atende e o que mais testa”.

A cidade tem tido vários pontos de aglomeração de pessoas. O secretário explicou que equipes do município trabalham para impedir isso. “Agora, é o que estou falando para todo mundo. O ministro [da saúde] fala uma coisa, e o presidente da República fala para ir pra rua. A população está confusa. A gente espera que todo mundo escute o ministro”.

1 Comment

  1. Jorge

    13 de abril de 2020 at 18:51

    Esses prefeitos que estão fechando as cidades tão se aproveitando pra mostrar pra os eleitores que estão preocupados com eles, tadinho do povo, político só gosta do povo nas eleições!

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